terça-feira, outubro 7

Sentimental journey

Imagino mal quantos serão os que, a esta hora da insónia, lutam contra os medos, os pensamentos maus, o terror que, certo ou fantasiado, os aguarda daqui a nada, quando o dia despontar.

Imagino os que fantasiam para adiar, esquecer, os que no pensamento realizam a jornada que nunca fizeram nem farão. E ele escreve:


Se dependesse só de mim, ao receberes esta mensagem olhavas para a porta e vias-me à tua espera. Com pégasos, os cavalos do tempo em que os deuses moravam na Grécia. Aqueles que tinham asas e nos levavam para onde quer que quiséssemos ir. Fugiremos. A rota já a tenho na cabeça, a dos lugares que te hei-de mostrar, os lugares do meu sonho.


Ela escreve: Fui à porta! Saí à rua, não fosses vir pela estrada... Olhei para o céu, não tivesses parado no telhado dos Bombeiros. Em parte nenhuma te vejo! Onde estás?


Os cavalos relincharam e eu gritei, mas tu olhavas para o lado errado! E era mais à esquerda! Depois a ventania atirou connosco para o lado do mar. A volta vai ser difícil. Não sei quanto tempo teremos de esperar.