quarta-feira, março 18

Calças

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Festa popular num dia de 1926, na Warmoestraat, em Amsterdam. À primeira vista a gravura nada tem de invulgar. Álcool, ingénua marotice, e um pequeno, mas aos meus olhos importante detalhe, sobre a suposta desigualdade dos sexos: as mulheres vestiram as calças, os homens vão de saia. Foi assim na festa, antigamente era o mesmo em casa, na generalidade dos casos continua a sê-lo.

Sobre a mulher holandesa escrevi anos atrás:

Da criatura livre, arejada, alegre, aventurosa, que foi na juventude, capaz de pelo gosto de ver e viver ir até aos fins do Oriente sem mala nem bagagem, de mãos dadas com o primeiro estranho – ficou a matrona. A família encontra nela o motor e o suporte, uma vez que o pai, derreado, por facilidade ou temperamento lhe delega muitas das responsabilidades que a ele caberiam. Por isso se nota que nas horas de urgência ou crise ela é mais rápida nas decisões, aparece mais capaz e, se os comparamos, é ela quem sob todos os aspectos faz melhor figura.”