sexta-feira, abril 30

Idolatrias e adulações

Não sou, nem me lembro de ter sido de idolatrias, adulações ou adorações. Amores tive alguns. Poucos. Amizades, umas quantas. Conheço o respeito e a admiração, mas só bato palmas por rito social e nunca ninguém me viu ou verá aos pulos e aos gritos, agitando bandeiras ou erguendo o punho. A multidão num espectáculo de rock ou num estádio de futebol causa-me o estranho mal-estar que só os solitários e os individualistas conhecem. Uma manifestação na rua? Fujo. Uma fila de centenas de beatos – já as vi de milhares – à espera que abram as portas do museu para pasmarem diante da obra-prima? Fujo também.


Poderia continuar, mas paro aqui, porque estou certo que é em mim, não no resto do mundo, que qualquer coisa se desaparafusou.