quinta-feira, dezembro 6

Fraco arquivista



Guardo pouco, e esse pouco guardo-o em desarranjo, perco-o, esqueço que o tive ou tenho. Deixar rasto não é comigo, e nunca me vi nem vejo precisado de mostrar que por cá andei. Chamem-lhe falsa modéstia os maldosos, e os que sentem diferente, mas nasci assim, sou assim, é desse modo que me vejo acabar.
Dos descendentes quero que guardem boa memória, e faço de modo a que os amigos que tenho - poucos, mas bons – me recordem enquanto eles próprios continuarem vivos.
Ficarão os livros – se ficarem - uns escassos anos, que isso é o que acontece, mesmo aos dos que pareceram grandes, deixaram viúvas e têm estátuas.