quinta-feira, janeiro 7

Talvez os poetas saibam explicar

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 Fosse da morrinha, do vento, do céu cor de chumbo, duma ou doutra dor nas costas, de pneu furado ou pagamento de hipoteca.
Não é, mas melhor seria que o fosse, porque certas dores d'alma torturam sem oferecer razão ou  explicação, moem naquele fundo que escapa ao alcance da vontade, uma hora a frio, na seguinte a ferro em brasa, desnorteando o pensamento, confundindo a vista, levando-nos a perguntar que motivo há para que os rostos conhecidos pareçam outros e as palavras que nos dizem soem diferentes, carregadas de estranhas intenções.
Talvez os poetas saibam explicar.