domingo, maio 15

Não há luz ao fim do túnel



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Ao inaugurar o túnel do Marão o Primeiro-Ministro cumpriu o ritual e discursou, mas podia ter-nos poupado as frases sobre oportunidades de desenvolvimento para Trás-os-Montes, novas estratégias, visões, impulsos à descentralização, ir tornar-se a província "a frente avançada para a afirmação da economia portuguesa no conjunto do mercado ibérico".
Dessas e doutras, bem soantes, cheias de promessas, já nós transmontanos temos a barriga cheia, há séculos que as ouvimos, com os resultados que conhecemos e estão à vista dos senhores políticos que deles queiram dar conta. 
E pode ser que se tenha calculado que "o PIB per capita da região é de 61% do da região do Grande Porto", mas a estatística é o que é, também neste caso uma entorse à realidade.
Já agora, se o Primeiro-Ministro calhar de visita por estas bandas, ou lhe apeteçam férias no antigamente, passado o túnel do Marão rode na A4 até Pópulo. Continue para nordeste com o IC5, onde esporadicamente cruzará outro carro. Meta depois por uma estrada secundária, não importa qual, e não se atordoe ao olhar em redor: ainda é Portugal, mas parece outro mundo.
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Publicado no CM