quinta-feira, maio 4

O Ecomodernismo

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Tem você uma horta na varanda? Insiste em só comprar e utilizar produtos biológicos, naturais, de pureza certificada? Não come carne? Está certo que as eólicas contribuem para um mundo livre de energias sujas e perigosas? Contribui para a Greenpeace e outras instituições que defendem a Natureza? Sonha com um planeta sem lixo?
Então, se ainda o não sabe, vou-lhe dar más notícias: vem aí o Ecomodernismo, e essa gente é tanto mais “perigosa” quanto muitos deles são ex-fanáticos dos movimentos ecológicos, lutaram contra o aquecimento do planeta, fizeram distúrbios para acabar com a produção de carne, seguiram simbolicamente ajoelhados as procissões de Al Gore, choraram ao ver os ursinhos a fugir ao degelo dos icebergues. E mais.
Pois bem. Esses que eram contra os fertilizantes,  as centrais eléctricas a carvão, a produção industrial de carne, os químicos na agricultura, os venenos que ingerimos com a comida, e muito mais, são agora a favor.
O movimento começou discretamente em 2004, com a publicação de Death of Environmentalism, de Michael Schellenberger e Ted Nordhaus. Juram eles e os seus seguidores que “uma agricultura que desdenha dos fertilizantes e insecticidas aceita um rendimento menor, aumentando o impacto na natureza”. E que “a sociedade ocidental moderna protege a natureza, enquanto que a antiga sociedade rural a fragiliza.”
Tomo conhecimento destas andanças com o divertido desprendimento que a idade e a experiência me dão, porque já assisti a outras e continuo a achar curiosa a maneira como há sempre gente apressada a abraçar uma nova fé.